É melhor ir dar uma volta
pois foi....ai está a minha primeira expulsão da consulta de urgência de pediatria. Estava eu muito bem disposto, à espera de uma menina de 14 anos que a dra. já tinha chamado, quando me apercebo de uma pseudoadulta, vestida com um traje pouco discreto, algo tímida nada mais passar a porta. .....olá, diz a dra. outra vez por aqui? continua. Pois, é q me doi ao fazer xixi, diz entre dentes, enquanto a observo discretamente....deve ser outra infecção urinária.....então vais fazer xixi neste frasquinho e depois trazes cá....ela saiu mais timida ainda pois foi-lhe dito para se lavar antes do xixi....ela já tem cá vindo....já vive com um rapaz....também é cigano....dra. e se lhe pedisse um teste de gravidez.....sim sim já não era a primeira vez.....eu penso que ela vem cá para isso....ela chega entretanto.....leva uma das mãos à cara, escondendo o rosto da minha visão de forma a que só a médica a percebesse.....tensão.....vermelhidão dupla (a da cigana e a minha)....oh colega se calhar é melhor que saia.....mas olhe que ele é médico......pois......lá saí.....enquanto saía....ria-me entredentes.....e dizia para mim: isto realmente....ainda bem que leio os blogs, assim sei q não sou o unico....um dos enfermeiros ao aperceber-se da situação.....pois é dr., você pode ser médico...mas ela....ela é cigana....e rimo-nos obviamente.....mas pensei também, e para além da sua etnia,que só tinha 14 anos....mais tarde voltei à consulta, e lá me contou a dra. que havia história de enjoos e um ingurgitamento mamário.....o teste, mais tarde, deu negativo (claro que a sensibilidade deste teste não é de 100% , mas enfim......por agora é negativo).....e foi assim que fui expulso pela primeira vez da consulta.
PS: esta história, para além de engraçada para mim, é apenas uma história de uma pessoa do sexo feminino de etnia cigana com os seus valores e crenças. Penso ser minha obrigação, como médico, esclarecer os doentes sobre as verdades das doenças e tentar afastar algumas aprendizagens erróneas, mas a vontade do doente prevalece sobre a minha vontade própria, sendo então minha tarefa por ao dispor do doente os meios para que este possa ser atendido, curado ou aliviado. Nesta situação só foi preciso sair da sala.....
PS: esta história, para além de engraçada para mim, é apenas uma história de uma pessoa do sexo feminino de etnia cigana com os seus valores e crenças. Penso ser minha obrigação, como médico, esclarecer os doentes sobre as verdades das doenças e tentar afastar algumas aprendizagens erróneas, mas a vontade do doente prevalece sobre a minha vontade própria, sendo então minha tarefa por ao dispor do doente os meios para que este possa ser atendido, curado ou aliviado. Nesta situação só foi preciso sair da sala.....
1 Comments:
eh eh...não resisto a comentar...
eu ainda me lembro da minha primeira doente cigana...tinha 7 anos, um transplante hepático, e uma chucha que era o maior atentado a qualquer sistema imunitário...quando eu lhe tirava a chuuuuucha ela amaldiçoava-me com pragas de quedas de cabelo...era giro
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